terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Primavera Árabe - Líbia



Antigo assentamento de fenícios, romanos e turcos, a Líbia permaneceu como colônia romana até 455, vindo depois a ser dominada pelos árabes a partir de 643. Em 1551 a região foi incorporada ao Império Otomano, fixando-se o poder central na atual capital, Trípoli. Entre 1911 e 1945, esteve sob dominação italiana, período em que houveram grandes avanços na infra-estrutura do país. Após a II Guerra Mundial, foi controlada pelo Reino Unido e pela França. Obteve sua independência em 1952, através de uma resolução da ONU.

Assume o poder o líder religioso, estabelecendo uma monarquia de cunho autoritário e destituída de representatividade popular. A partir desse momento, a Líbia de aproxima dos EUA e da Inglaterra, permitindo a construção de bases militares em seu território. Estabelece boas relações também com os países árabes, sendo admitida em 1952 na Liga Árabe.

Em 1961, são descobertas as grandes jazidas de petróleo, e o governo líbio exigiu a retirada das forças estrangeiras, surgindo, então, sérios conflitos políticos com as duas potências e com o Egito.

No final dos anos 1960, movimento liderado por militares islâmicos derrubam a monarquia e implantam a República Árabe Popular e Socialista da Líbia, mulçumana militarizada e de essência socialista. A partir de 1970, o governo decreta a expulsão dos efetivos militares estrangeiros, a nacionalização das empresas, dos bancos e dos recursos petrolíferos. Essas medidas tomadas para desenvolvimento social, econômico e cultural do pais causou conflitos com os EUA e países árabes moderados.

A crescente poder econômico permitiu à Líbia aumentar seu poderio militar. Assim como o Egito, participou da Guerra do Yom Kippur contra Israel. Aprofundou o conflito diplomático com os EUA, ao criar embargo à venda de petróleo para países que apóiam Israel. Aliou-se à Síria, dando apoio à Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

Durante a década de 1980, se aproximou da URSS e o embargo norte-americano ao petróleo líbio contribuiu para seu isolamento diplomático. Na década seguinte, melhora nas relações internacionais, principalmente com países árabes vizinhos. Adota uma posição moderada em conflitos, como a Guerra do Golfo entre Iraque, Ira e Kuait. O que não impede a criação, em 1992 , da zona de exclusão aérea, por resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e sofrido pesados embargos ao comércio líbio.

Em 1993 a Líbia rompeu relações com o Irã, reagindo contra o crescimento do fundamentalismo islâmico. As relações com os palestinos se deterioraram, à medida que estes se mostraram dispostos a negociar uma paz com Israel.

A Líbia é um dos países mais ricos da África, 95% das exportações e 30% do PIB provem da venda do petróleo. Sua baixa densidade demográfica (3,15 hab./km2) contribui para seu alto Índice de Desenvolvimento Humano (0 755). Mas isso não se reflete na qualidade de vida da população.

Assim como no Egito, influenciados pela Revolta de Jasmim, a população começa a protestar contra o regime de Muammar Gadafi em 15 de Fevereiro. Os Comitês Revolucionários reprimem com violência as manifestações, e acusam as redes de televisão de incentivarem o conflito e divulgar noticias inverídicas.

Na ONU, países ocidentais pedem a criação de uma nova zona de exclusão aérea e ajuda humanitária. O ataque das forças de apoio a Gadafi aos civis mobilizam países para ataque militar na Líbia. EUA, França e Grã-Bretanha começam bombardeio – 18 de março. Mas divergem em relação ao comando da operação. Para a Itália e Grã- Bretanha a OTAN deve comandar as ações. Já a França quer o comando, por ter conseguido o apoio inicial da Liga Árabe. E os EUA preferem uma liderança franco-inglesa. Liga Árabe não concorda com liderança da OTAN e alega “perda de foco humanitário”. Itália, Alemanha, Turquia e Rússia também se opõem à ofensiva.

“Analistas de segurança temem que o poderio aéreo ocidental possa decapitar o comando militar de Trípoli, mas não propicie uma vantagem decisiva para os rebeldes, causando uma guerra civil prolongada e fragmentando o país. Enquanto isso, áreas sem governo oficial podem se tornar santuários para a Al-Qaeda e outros grupo de militantes islâmicos existentes.” O risco é que a zona de exclusão aérea se torne uma cobertura para uma guerra civil crescente". (Jornal Valor Econômico 21/03/2011)

Leia as reportagens: 






Informaçoes Adicionais!

Liga Árabe
Organização de estados árabes fundada em 1945 no Cairo, com o objetivo de reforçar e coordenar os laços econômicos, sociais, políticos e culturais entre os seus membros, assim como mediar disputas entre estes. Totaliza 22 países e 200 milhões de habitantes. 
(FONTE: http://www.tendarabe.com/conteudo/liga-arabe)

Organização do Tratado do Atlântico Norte - OTAN
Organização militar foi criada em 1949, no contexto da Guerra Fria, pelos países capitalistas, em oposição ao bloco socialista, que, poucos anos depois contrapôs o Pacto de Varsóvia, aliança militar do leste europeu.
Os estados signatários do tratado estabeleceram um compromisso de cooperação estratégica em tempo de paz e contraíram uma obrigação de auxílio mútuo em caso de ataque a qualquer dos países-membros.
Com o fim da URSS em 1989, surgiu a necessidade de redefinição do papel da OTAN no contexto da nova ordem internacional. A organização dedicou-se a política de segurança de toda a Europa e América do Norte. Assim, começou a tratar-se do alargamento a leste, o que desagradou à Rússia ao ver afastar-se da sua esfera de influência.
Após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, foi criado, em maio de 2002, o Conselho OTAN-Rússia

Primavera Árabe - Egito

O Egito é o pais mais populoso da Africa, com 80 milhões de habitantes. Destes, 90% são islamicos sunitas e 40% vivem nas cidades.

Alta densidade demográfica nas cidades próximas ao Rio Nilo – Porto Siad, Alexandria e Cairo.

A constante migração do campo para cidade contribui para o aumento da pobreza, dos problemas com saneamento básico, desemprego e poluição.

As principais atividades economicas do pais são a agricultura, a produçao do petroleo, a exploraçao do Canal do Suez e o turismo.

O Egito obteve sua independência da Inglaterra em 1922, dando lugar à uma monarquia parlamentarista. Em 1953, um movimento nacionalista fez a proclamação da República.

Logo em 1956 o Egito nacionalizou o canal do Suez, dando origem a um conflito contra a França, Inglaterra e Israel. O conflito foi solucionado com intervenção norte-americana e soviética, o que originou uma proximidade entre o Egito e os EUA, que se fortaleceu nos anos 1970. Essa relação foi importante também na Guerra do Yom Kippur, em 1973, contra Israel. O conflito acabou com a assinatura de um tratado de paz. Desde então os dois Estados eram os principais pontos de influência norte-americana no Oriente Médio e África.

Em 1981, Hosni Mubarak assume a presidência e implanta a ditadura. Nos últimos anos, porém, a insatisfação contra a corrupção do regime, contra a falta de liberdade política e de opinião, o desemprego e a pobreza cresceram, e no começo de 2011 resultaram numa revolta que culminou com a deposição do presidente.

Essa revolução teve suas raízes no Movimento Egípcio pela Mudança, lançado em 2003, por lideranças políticas e intelectuais. Esse movimento tomou força com a influencia da Revolução de Jasmim, ocorrida também no começo de 2011 na Tunísia, na qual protestos populares depuseram o governante em poucos dias. No Egito, as forças de oposição foram formadas pela Associação Nacional para a Mudança - que reúne partidos opositores à Mubarak e outros grupos como o movimento jovem de 6 de Abril- e a Irmandade Muçulmana, grupo religioso radical.

As manifestações, combinadas através de redes sociais, exigiam a renuncia de Mubarak, reformas políticas e econômicas, a realização de eleições limpas e a dissolução do Parlamento.

Governo reprimiu as manifestações, impôs toque de recolher, e cortou os canais de comunicação. Verificando a ineficiência dessas medidas, e o fortalecimento do movimento, o governo anunciou reformas pra tenta conter revolta: nomeação de vice-presidente, novo primeiro ministro e novo parlamento; e a realização de novas eleições em setembro. 

Tentou iniciar dialogo com oposição, ao menos tempo, intensificou repressão e manifestações se tornaram cada vez mais violentas. A opinião publica negativa cresceu em razão das prisões e repressões, e a comunidade internacional pressionou o governo para adotar reformas.

A crise era assistida com apreensão, por havia o risco do surgimento de um governo autocrático fundamentalista, à exemplo do Irã. O apoio recebido da Arábia Saudita e da Autoridade Palestina contribuem para o afastamento com os EUA, que inicialmente pedia uma transição em ordem, e posteriormente retirou totalmente o apoio ao governo de Mubarak. O maior risco é que o Egito se torne um estado anti-EUA e anti-Israel, o que tornaria a região mais instável politicamente. Com relação aos impactos econômicos, o preço do petróleo poderia ser bastante afetado, uma vez que o Egito é um grande produtor.

Outros fatores importantes para queda do ditador foi a falta de apoio do novo parlamento, o fortalecimento dos lideres de oposição junto à opinião publica e a aproximação da oposição com o Exercito.

Em 11 de fevereiro, Mubarak renuncia ao poder e deixa pais sob controle do Exercito. A revolta deixou 365 mortos e ocasionou a prisão de ex-ministros acusados de corrupção.

Para entender melhor o conflito no Egito, leia a Cobertura completa.

Leia também esta reportagem: Como nasce uma democracia.

Pesquise!

O que foi a Guerra do Suez? E a Guerra do Yom Kippur?
Por que a aproximação com os EUA? Qual a importância politica dessa aliança para ambos os países?

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

AULA 01 - Hidrelétrica de Belo Monte & Informação, Opinião e Mídia.

Os vários lados de uma mesma notícia

Assista os videos abaixo e reflita sobre as ideias defendidas e os argumentos usados para justificar essas ideias. 


Qual é o objetivo do vídeo?
Quais os argumentos utilizados para defender esse objetivo?
Voce concorda com ele?
Que tipo de vídeo é esse?
Quais os recursos utilizados para sensibilizar o espectador?


Agora assista outro video. (abaixe um pouco o volume, o audio está alto!)



 E neste video, qual a posiçao defendida?
Quais os argumentos apresentados?
Voce concorda?
Que tipo de video é esse?
Qual o recurso utilizado para convencer o espectador?

Agora, por fim, assista este:


Qual é o obejtivo desse video?
Qual o ponto de vista defendido?
Que tipo de video é esse? 


Compare os videos. Voce mudou de ideia enquanto assistia os videos? Por que?

Como podemos perceber, existe um fato ( a construçao da hidreletrica) que foi submetido a formas diferentes de tratamento. No primeiro video temos uma campanha publicitária onde aparecem diversos atores famosos, utilizando tecnicas para nos sensibilizar para a causa defendida pela campanha. (Não quer dizer, necessariamente, que esta seja também a posiçao pessoal de cada um deles!).

No segundo video a informaçao é tratada de outra forma, com base em dados pouco confiáveis, mais igualmente convincentes, já que o objetivo da mocinha era expor as opinioes dela de forma que acreditassemos, como a defesa de uma verdade irrefutável.

No terceiro, temos um video informativo (o autor dá as referencias bibliografica no final), onde nao existe nenhum ponto de vista sendo defendido. 

Podemos perceber assim, o perigo de ler uma noticia e acreditar nela como verdade unica. Por isso temos sempre que buscar informaçoes, para que nossas opinioes e atitudes nao sejam manipuladas nem pela mídia, nem por opinioes de outras pessoas. 

Agora compare os dados dos videos com relaçao a:
- área impactada
- capacidade de produçao
- alteraçoes no ecossistema
- vantagens e desvantagens da hidreletrica
- alternativas para produção de energia
- destino final da energia gerada

Agora, munido destas informaçoes - e de outras que voces podem ( e devem!) buscar em jornais, revistas, tv, internet, etc... - qual a sua opinião? Ela deve ser construída ou não? Por que?

Até a próxima aula!



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Blog dos Assuntos Transversais!

Caros alunos,

Sejam bem vindos! Começo o ano desejando a vocês muita determinação e sabedoria! Escolher o curso no qual irão se graduar nem sempre é fácil. Também não é fácil passar os fins de semana estudando. Mas vai valer a pena!

Esta disciplina pretende discutir questoes que nos afetam direta ou indiretamente, e que precisam da nossa atençao e reflexão. Trataremos de assuntos que se relacionaram com outras disciplinas, e podem ser cobrados em vestibulares e concursos.

Este blog é uma extensão dos nossos encontros quinzenais. Aqui, vocês encontrarão os assuntos, videos e noticias discutidos nas aulas e outras informações adicionais.

Comentem, deixem sugestões, dúvidas, e acrescentem informações que acharem pertinentes. O objetivo é que nós possamos construir juntos o conhecimentos sobre questões importantes no nosso dia-a-dia.

Um abraço a todos! E muito sucesso em 2012!