terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Primavera Árabe - Egito

O Egito é o pais mais populoso da Africa, com 80 milhões de habitantes. Destes, 90% são islamicos sunitas e 40% vivem nas cidades.

Alta densidade demográfica nas cidades próximas ao Rio Nilo – Porto Siad, Alexandria e Cairo.

A constante migração do campo para cidade contribui para o aumento da pobreza, dos problemas com saneamento básico, desemprego e poluição.

As principais atividades economicas do pais são a agricultura, a produçao do petroleo, a exploraçao do Canal do Suez e o turismo.

O Egito obteve sua independência da Inglaterra em 1922, dando lugar à uma monarquia parlamentarista. Em 1953, um movimento nacionalista fez a proclamação da República.

Logo em 1956 o Egito nacionalizou o canal do Suez, dando origem a um conflito contra a França, Inglaterra e Israel. O conflito foi solucionado com intervenção norte-americana e soviética, o que originou uma proximidade entre o Egito e os EUA, que se fortaleceu nos anos 1970. Essa relação foi importante também na Guerra do Yom Kippur, em 1973, contra Israel. O conflito acabou com a assinatura de um tratado de paz. Desde então os dois Estados eram os principais pontos de influência norte-americana no Oriente Médio e África.

Em 1981, Hosni Mubarak assume a presidência e implanta a ditadura. Nos últimos anos, porém, a insatisfação contra a corrupção do regime, contra a falta de liberdade política e de opinião, o desemprego e a pobreza cresceram, e no começo de 2011 resultaram numa revolta que culminou com a deposição do presidente.

Essa revolução teve suas raízes no Movimento Egípcio pela Mudança, lançado em 2003, por lideranças políticas e intelectuais. Esse movimento tomou força com a influencia da Revolução de Jasmim, ocorrida também no começo de 2011 na Tunísia, na qual protestos populares depuseram o governante em poucos dias. No Egito, as forças de oposição foram formadas pela Associação Nacional para a Mudança - que reúne partidos opositores à Mubarak e outros grupos como o movimento jovem de 6 de Abril- e a Irmandade Muçulmana, grupo religioso radical.

As manifestações, combinadas através de redes sociais, exigiam a renuncia de Mubarak, reformas políticas e econômicas, a realização de eleições limpas e a dissolução do Parlamento.

Governo reprimiu as manifestações, impôs toque de recolher, e cortou os canais de comunicação. Verificando a ineficiência dessas medidas, e o fortalecimento do movimento, o governo anunciou reformas pra tenta conter revolta: nomeação de vice-presidente, novo primeiro ministro e novo parlamento; e a realização de novas eleições em setembro. 

Tentou iniciar dialogo com oposição, ao menos tempo, intensificou repressão e manifestações se tornaram cada vez mais violentas. A opinião publica negativa cresceu em razão das prisões e repressões, e a comunidade internacional pressionou o governo para adotar reformas.

A crise era assistida com apreensão, por havia o risco do surgimento de um governo autocrático fundamentalista, à exemplo do Irã. O apoio recebido da Arábia Saudita e da Autoridade Palestina contribuem para o afastamento com os EUA, que inicialmente pedia uma transição em ordem, e posteriormente retirou totalmente o apoio ao governo de Mubarak. O maior risco é que o Egito se torne um estado anti-EUA e anti-Israel, o que tornaria a região mais instável politicamente. Com relação aos impactos econômicos, o preço do petróleo poderia ser bastante afetado, uma vez que o Egito é um grande produtor.

Outros fatores importantes para queda do ditador foi a falta de apoio do novo parlamento, o fortalecimento dos lideres de oposição junto à opinião publica e a aproximação da oposição com o Exercito.

Em 11 de fevereiro, Mubarak renuncia ao poder e deixa pais sob controle do Exercito. A revolta deixou 365 mortos e ocasionou a prisão de ex-ministros acusados de corrupção.

Para entender melhor o conflito no Egito, leia a Cobertura completa.

Leia também esta reportagem: Como nasce uma democracia.

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O que foi a Guerra do Suez? E a Guerra do Yom Kippur?
Por que a aproximação com os EUA? Qual a importância politica dessa aliança para ambos os países?

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