quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Irã

O Irã, ao contrario de muitos países árabes, nunca foi colonizado. Conhecido até 1935 como Pérsia, esteve sob domínio de diversas dinastias. Durantes as duas primeiras décadas do século XX, sofreu pressões dos impérios britânico e russo, que tentavam estabelecer suas influencias no local. 

Entre 1905-1921 passou pela Revolução Constitucional, processo que culminou com a subida ao poder de Reza Pahlavi. Durante seu governo, o Irã procurou se modernizar, e para isso, começou a se aliar aos interesses norte-americanos. Em 1941, os Aliados (EUA e Reino Unido), interessados nos recursos petrolíferos do Ira, forçaram o xá à abdicar o poder em favor de seu filho, que acreditavam mais favorável às suas pretensões. 

Entretanto, isso não aconteceu. Em 1951, Mohammad Reza Pahlavi (filho) nacionalizou Anglo-American Oil Company e entrou em conflito com seu primeiro-ministro, o que levou à deposição deste ultimo. O reinado do xá tornou-se ditatorial, sobretudo no final dos anos 1970. Durante esse tempo, esmagava a oposição do clero xiita e dos defensores da democracia.

O poder de Mohammad Reza Pahlavi foi abalado em 1979, com o retorno do Aiatolá Khomeini, que estava no exílio ha 14 anos. A mobilização em torno do líder religioso deu início à Revolução Iraniana, na qual o aiatolá assume o poder supremo do pais, estabelecendo a república islâmica, com leis conservadoras inspiradas no Islamismo e com o controle político nas mãos do clero. A partir daí, as relações com o Ocidente foram se desgastando por causa das críticas direcionadas, principalmente aos EUA. O novo governo também passou a apoiar grupos militantes anti-Ocidente como o Hezbollah do Líbano. Durante 1980-88, o Irã e o Iraque enfrentaram-se numa guerra por motivos ideológicos, incentivada pelos EUA.

Em 1989 Aiatolá Khomeini faleceu, e em seu lugar assumiu o aiatolá Ali Khamenei. Em 2005, Mahmoud Ahmadinejad foi eleito presidente, e desde então, sua figura tornou-se mais poderosa que a do aiatolá. 

O governo de Ahmadinejad é cercado de polemicas. Suas criticas à Israel, aos EUA, e às tensões com países vizinhos, aumentaram nas tensões entre o Irã e inúmeros países ocidentais. Outra questão problemática é o programa nuclear iraniano, criticado por não acatar as exigências da Agencia Nacional de Energia Atômica, como fiscalização e desenvolvimento para fins pacíficos, já que o Irã fez diversas referencias ao desejo de exterminar Israel. Alem disso, o Irã é acusado de desrespeito aos direitos humanos, reprimindo suas população, sufocando opositores. 

Abaixo, algumas questoes para complementar o estudo!


1) (CESPE-2012) O embargo da União Europeia ao petróleo iraniano — divulgado pela imprensa mundial em julho de 2012 — consiste em uma das mais duras sanções econômicas impostas ao Irã em trinta anos. Considerando-se essas informações, é correto afirmar que as pressões da comunidade internacional sobre o sistema político iraniano pretendem forçar o regime dos aiatolás a:

a)     afastar-se do Conselho de Segurança da ONU.
b)     retirar-se da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), enfraquecendo-a.
c)     dividir o poder com a minoria formada pelos curdos.
d)     desistir de seu programa nuclear.
e)     promover a paz com o Iraque, país sob o comando de Saddam Hussein.
2) (VUNESP - 2010) O Congresso dos Estados Unidos aprovou [em 24.06.2010] sanções ainda mais duras contra o Irã (...). A legislação pune empresas estrangeiras que contribuam com a indústria de energia iraniana e também bancos que façam negócios com a Guarda Revolucionária Iraniana - o braço militar do regime (...).
(Folha de S.Paulo, 25.06.2010)

As sanções citadas pela notícia têm como objetivo
a)     enfraquecer a política econômica dos EUA no Oriente Médio.
b)     fortalecer a liderança do Irã junto aos países árabes.
c)     pressionar o Irã a suspender seu programa nuclear.
d)     forçar a retirada dos exércitos norte-americanos do Iraque.
e)     impedir a formação de aliança militar entre Irã e Rússia.

3) (CESPE - 2006) “Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Naçoes Unidas – EUA, Russia, Reino Unido, França e China -  e a Alemanha se reúnem hoje, em Moscou, para discutir a crise nuclear com o Irã, mas o impasso parece cada vez mais longe de ser resolvido, apesar das reiteradas ameaças de ataque militar a instalações onde o regime de Teerã artaria desenvolvendo clandestinamente sua bomba atômica”
Fonte: Correio Brazilliense, 18/4/2006, p.21 (com adaptações)

O texto acima registra os tempos de insegurança internacional que vive o mundo atual. Com relação ao tema do texto e a suas implicações no mundo contemporâneo, assinale a opção correta.

a)     O mundo vive uma fase de franco controle multilateral de tendências beligerantes entre os Estados.
b)     O Conselho de Segurança das Nações Unidas não tem conseguido mediar de forma plena as tensões que envolvem os EUA com países do Oriente Médio.
c)     O Irã não é país signatário do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares e declarou claramente que quer construir sua bomba atômica para lançá-la sobre os norte-americanos.
d)     A insegurança internacional do presente é produto direto e exclusivo dos atentados terroristas do 11 de setembro de 2001.
4) (FCC - 2010) No dia 24 de novembro de 2009, o Correio Brasiliense informava que em breve coletiva à imprensa, o presidente Mahmud Ahmadinejad disse que os dois países procuram resolver os problemas do mundo, combater as injustiças e buscam um mundo livre de armas de destruição em massa, particularmente armas nucleares. Aproveitou para defender, diante do anfitrião, o ingresso do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Indique o trecho de matéria que tem nexo político e geográfico com a notícia acima.

a)     A Coreia do Norte irá "pagar um preço" se continuar com seus testes nucleares e de mísseis, violando resoluções internacionais. (O Estado de S. Paulo - 26/05/2009)
b)     A Índia, que realizou seu primeiro teste atômico em 1974 e se declarou potência nuclear em 1998, lançou um ambicioso programa em 1983 para fabricar seus próprios mísseis. (www.veja.abril.com.br. Acesso em 15/12/2009)
c)     Os nacionalistas balúchis também se sentem incomodados porque o exército paquistanês realizou em sua região em 1998 os testes atômicos que demonstram sua capacidade nuclear, mas tem todos os silos atômicos no Punjab. ( (http://blog.controversia.com.br. Acesso 15/12/2009)
d)     Entre todos os países que realizaram testes nucleares, apenas a África do Sul desistiu da bomba atômica. (www.veja.abril.com.br. Acesso em 15/12/2009)
e)     O governo iraniano anunciou ontem que planeja construir dez novas usinas de enriquecimento de urânio, em um claro gesto de desafio às potências ocidentais após a censura da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), na sexta-feira. (O Estado de S. Paulo. 30/11/2009)

5) (CESPE - 2010) Em processo de visível isolamento por parte da comunidade internacional, o governo do Irã está, na atualidade, sob suspeição. A esse respeito, assinale a opção correta.

a)     Acredita-se que o Irã esteja aproximando-se de Israel, cuja própria existência sempre questionou, com o firme propósito de assumir a liderança inconteste entre os países árabes da região.
b)     Teme-se que o Irã esteja colocando em curso um ambicioso programa de enriquecimento de urânio com fins não pacíficos, ou seja, que lhe permita obter armas nucleares.
c)     Ao aumentar consideravelmente o preço do barril de petróleo que exporta, o Irã ameaça desestabilizar perigosamente a economia mundial.
d)     Ao tomar a recente decisão de desligar-se da Organização das Nações Unidas, possivelmente o Irã procurou libertar- se dos mecanismos de controle de que fazem uso regular as instâncias multilaterais. 
e)     Na América Latina, o atual governo brasileiro, com o apoio do venezuelano Hugo Cháves, lidera o movimento de repulsa às ações internas e de política externa do Irã.

6 - (VUNESP - 2010) O Congresso dos Estados Unidos aprovou [em 24.06.2010] sanções ainda mais duras contra o Irã (...). A legislação pune empresas estrangeiras que contribuam com a indústria de energia iraniana e também bancos que façam negócios com a Guarda Revolucionária Iraniana - o braço militar do regime (...).
(Folha de S.Paulo, 25.06.2010)

As sanções citadas pela notícia têm como objetivo

a)     enfraquecer a política econômica dos EUA no Oriente Médio.

b)     fortalecer a liderança do Irã junto aos países árabes.

c)     pressionar o Irã a suspender seu programa nuclear.

d)     forçar a retirada dos exércitos norte-americanos do Iraque.

e)     impedir a formação de aliança militar entre Irã e Rússia.

7 - (FCC - 2010) O programa nuclear iraniano foi um dos temas abordados por Hillary Clinton em sua recente visita ao Brasil. "Nós debatemos o valor central da não proliferação e o nosso comprometimento comum de fazer com que o Irã não tenha armas nucleares", disse ela. Por outro lado, declarações amplamente divulgadas tornaram evidente a existência de divergências entre os EUA e o Brasil relativas à questão nuclear iraniana. Considere as afirmações:

I. Ao contrário do Brasil, os EUA consideram que as negociações falharam, portanto o caminho é aprovar mais sanções para impedir que o Irã enriqueça urânio e possua armas nucleares.
II. O governo brasileiro é contra sanções e considera que ainda há espaço para negociar com o presidente Mahmud Ahmadinejad, além de reiterar sua posição contra a proliferação de armas nucleares.
III. O Brasil, por não ser signatário de acordos contra a proliferação de armas nucleares, pode manter postura independente e contrária à norte-americana em relação ao programa nuclear iraniano.

Está correto o que se afirma em:
a)     III, apenas.
b)     II e III, apenas.
c)     I, apenas.
d)     I e II, apenas.
e)     I, II e III.





(Gabarito nos comentários!)

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