quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Crise Paraguaia

Em 22 de junho, o Congresso do Paraguai votou um impeachment "a jato" do presidente do pais. Votado em apenas dois dias, o pedido de impeachment retirou do poder Fernando Lugo, a 9 meses das eleiçoes presidenciais.

A falta de apoio politico de Lugo, somou-se ao descontentamento dos movimentos sociais e às pressões do setor latifundiário e minaram o já fragil governo de Lugo.

O nucleo do conflito é a propriedade rural. No Paraguai, 80% das propriedades rurais são de pequenos produtores. Entretanto, eles ocupam somente 6,2% do territorio das areas rurais, enquanto 93% dessas áreas pertencem à 20% dos fazendeiros do pais. Ou seja, uma imensa concentraçao fundiária!

Com a gradual mecanizaçao do campo, muitos trabalhadores foram dispensados das fazendas e foraram um contingente crescente de sem-terras. Assim como no Brasil, eles se tornaram um grupo de forte pressão  politica pela reforma agrária.  Era essa classe que constituía uma das bases mais fortes do presidente, que, inclusive, implementou algumas medidas para tentar solucionar o problema, assustando os grande latifundiários.

Nos ultimos 30 anos, muitas propriedades rurais brasileiras (sobretudo criaçao de gado e plantação de soja) avançaram para dentro do território do Paraguai, constituindo-se uma classe, os chamados brasilguaios  que geral riquezas tanto para aquele pais, quanto para o nosso.

A crise entre Lugo e o Congresso atingiu o auge no mes de junho, quando policiais entraram em confronto com sem-terras numa açao de reintegraçao de possa de uma fazenda acupada por estes, que terminou com a morte de 19 camponeses.

A partir deste incidente, Lugo perdeu o apoio dos movementos sociais, a Camara propos o processo de impeachment  e não houveram muitas manifestaçoes à favor de Lugo.

Assumindo Federico Franco, vice de Lugo, o  Paraguai foi alvo de muitas criticas por parte dos países da America Latina, que entenderam que o processo não deu o devido direito à defesa e o tempo nao foi suficiente para julgar os atos do ex-presidente.

Os integrantes do UNASUL e do Mercosul estabeleceram que responderam conjuntamente ao Paraguai.  Por enquanto, o pais foi suspenso das reunioes de ambas as instituiçoes, até que realize novas eleiçoes presidenciais, marcadas para abril de 2013.

Outras sansoes podem ser estabelecidas, como a suspençao de projetos de investimento, o fechamento da fronteiras (o que seria muito prejudicial para o Paraguai, já que nao possui saida direta para o mar) e a perda de beneficios garantidos pelo Mercosul como taxas de exportaçao mais baixas ( prejudicaria as exportaçoes do Paraguai, pois 20% vai para os paises vizinhos) e o acesso ao Fundo de Convergencia Estrutural (que financia a implantaçao da linha de trasnmissao de Itaipú até Assunçao).

Alem disso, o Paraguai trava a entrada da Venezuela para o bloco do Mercosul, pois ainda nao votou a aprovação no Congresso. Entretanto, como está suspenso, o Mercosul incorporou a Venezuela, sem o voto do Paraguai. 

Nesse cenário, o Brasil enfrenta um desafio. Defender a democracia nos paises da América Latina, repudiando práticas duvidosas pro parte dos paises latinos, mas ao mesmo tempo, garantir a segurança dos brasiguaios latifundiários que estavam ameaçados por Lugo, e que foram um dos primeiros grupos a reconhecer a validade do governo de Franco.


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