domingo, 15 de abril de 2012

Crise do Capitalismo - Aula 01


Para entendermos a atual crise econômica mundial é preciso antes, resgatar alguns conceitos, que aparecem com freqüência em jornais e revistas. Entender esses conceitos é fundamental para saber interpretar as noticia e perceber quais são os problemas e desafios que o mundo apresenta neste momento. 
O que é o Capitalismo? 

O fim da Idade Média foi marcado pelo surgimento dos Estados Modernos, ou seja, estados centralizados, sob o poder das monarquias absolutistas. Esses Estados passaram a controlar as atividades comerciais - lembrando que as cruzadas permitiram o ressurgimento do comércio na Europa, abrindo novas rotas e ampliando a variedade de mercadorias. Além disso, esses Estados passaram a garantir os interesses da classe comerciante, envolvida nas grandes navegações. O conjunto de praticas econômicas que visavam promover o fortalecimento financeiro do Estado é chamado Mercantilismo. Esse modelo consistia na acumulação de metais preciosos através da exploração direta ou do comércio favorável, ou seja, buscava-se exportar mais do que importar. Para que isso fosse possível, o Estado procurava estimular a sua produção interna e barrar os produtos estrangeiros através da imposição de tarifas. 

Até o século XVIII Portugal e Espanha dominavam o comercio pelos mares e se enriqueciam com a exploração de metais. Entretanto, muitos dessas riquezas acabaram indo parar na Inglaterra (devido aos acordos entre esses países, que favoreciam esta ultima). A Inglaterra, então rica e sem colônias, passa a investir na indústria, dando inicio à Revolução Industrial. 

Embora os Estados praticassem políticas protecionistas e intervencionistas, a iniciativa comercial era privada. Dessa forma, observamos a separação entre trabalhador e meio de produção. Ou seja, o trabalhar passa a vender a sua força de trabalho e a ganhar por isso um salário, enquanto o patrão detém os instrumentos de produção e obtém o lucro. 

Em 1776, Adam Smith, economista e filosofo britânico, escreve "A Riqueza das Nações", obra na qual teoriza sobre a forma como as nações se tornam ricas, chamando esse sistema de "Liberalismo". Segundo Smith, o Liberalismo era caracterizado pela propriedade privada, pelo individualismo econômico, pela liberdade de comércio, de produção e de contrato de trabalho, sem o controle do Estado. A este competia zelar pela propriedade e pela ordem. O mercado seria auto-regulavel, não necessitando de intervenção. O termo "capitalista" foi dado por Karl Marx, e outros teóricos de outra vertente econômica, o Socialismo. 

As idéias socialistas surgiram como uma resposta, ou uma busca por outra alternativa para fugir da exploração sofrida pela classe operária. Em 1789, Clause Saint-Simon, já havia falado sobre uma sociedade onde não houvesse exploração de um grupo sobre outro, nem ociosos (magistrados, nobreza, clero, etc...). Mas o maior teórico foi Karl Marx, através das obras "Manifesto Comunista”, de 1848, e depois, a síntese completa em "O Capital" (1867). Nele, Marx estabelece os conceitos de mais-valia, luta de classes, revolução socialista, e faz uma interpretação da historia levando em conta aspectos socioeconômicos. (Pois até então, a Historia era analisadas levando em conta os aspectos políticos). 

 Para Marx, toda sociedade é determinada por sua infra-estrutura (economia e sociedade), e pela superestrutura (as instituições, a política, a cultura, as ideologias, etc...). Uma estrutura por vezes se sobrepõe à outra, forçando uma modificação na sociedade. O que torna essa mudança necessária e possível é a luta de classes, o agente transformador da sociedade. Contra a ordem capitalista e a sociedade burguesa, o operariado deveria fazer a revolução socialista, implantar a ditadura do proletariado, acabar com a propriedade privada e depois, com o próprio Estado. Ou seja, o Estado deve ser o detentor dos meios de produção e organizar a economia. 

Essas idéias tiveram bastante eco no mundo, em 1918, com a Revolução Russa, foi adotada na URSS. Posteriormente, Cuba (1959), Coréia do Norte (1948) e China (1949) também adotaram o socialismo como modelo econômico. 

Entretanto, nenhum desses países conseguiu concluir o processo de socialização da sociedade e extinção do Estado. Em 1991, com a queda da URSS, o socialismo foi, pelo menos em grande medida, uma ideologia "vencida". Restando ao mundo, a opção capitalista. 

No começo do século XX, todos os países desenvolvidos praticavam o liberalismo. Produziam e exportavam em grade escala, e isso contribuiu para o agravamento da desigualdade social no mundo. Entretanto em 1929, o capitalismo sofre sua primeira crise, com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York.

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