segunda-feira, 2 de abril de 2012

Relaçao Brasil - Estados Unidos 2012


No mês de março o presidente americano Barack Obama fez sua primeira visita ao Brasil, dois anos depois de ser eleito. Essa visita tinha objetivos mais diplomáticos do que econômicos. A intenção era reaproximar os EUA dos países da América Latina. Na década de 60, o comunismo avançava sobre a America Latina e os EUA apoiaram muitos regimes militares que aqui surgiram para tentar impedir essa aproximação com a União Soviética. No contexto da Guerra Fria, era importante criar parcerias políticas e econômicas fortes. Mas na ultima década, os americanos voltaram sua atenção ao mundo árabe e ao combate ao terrorismo.

Enquanto isso, os estados latinos procuraram fortalecer suas democracias restabelecidas e desenvolverem-se economicamente. Alguns países como o Brasil e a Argentina procuraram se inserir no mercado mundial e fortalecerem-se diplomaticamente. Já outros países iniciaram políticas nacionalistas de caráter socialista, expulsando o capital estrangeiro, como fizeram a Venezuela e a Bolívia.

Com a crise economia de 2009, os EUA viram a necessidade de se reaproximarem de economias emergentes e fortes para criarem parcerias e impedir o avanço das “revoluções bolivarianas”, movimentos nacionalistas extremos.

Um fator importante da visita para os EUA foi o fortalecimento do presidente Obama no cenário internacional, uma vez que ele não possui muito apoio interno, por seu perfil moderado, que desagradou tanto à republicanos como à democratas. Mas há algumas criticas à essa visita tardia, interpretada por alguns como descaso. Outro ponto discutido foi o caráter informal da passagem de Obama, que trouxe consigo muitos familiares.

Neste cenário, o Brasil configura-se um aliado importante para os Estados Unidos. O Brasil tem se afastado de regimes de esquerda, fortalecido sua economia e ampliado a atenção às questões sociais, diminuindo a desigualdade social e aumentando o mercado consumidor interno. Alem de contar com relativa independência no mercado internacional, o Brasil obteve projeção com a descoberta do Pré-sal e ao ser escolhido para sediar dois grandes eventos esportivos mundiais, a Copa de 2014 e as Olimpíadas em 2016. Serão eventos que trarão para o pais muito investimento em infra-estrutura e movimentação turística.

Em seu discurso, Obama elogiou a estabilidade política e econômica do Brasil. O pais é um grande aliado em defesa dos direitos humanos e, espera-se, que os EUA sejam favoráveis à estrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Obama ressaltou a importância dos acordos nas áreas de tecnologia e ciência, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento de energias renováveis, como o biodiesel. A questão ambiental é um ponto latente da nova política externa no Brasil, mas os EUA não compartilham da mesma preocupação e ainda não assinaram o Protocolo de Kyoto.

Acordos foram feitos na área da educação, principalmente em programas aéreo-espaciais e capacitação em língua inglesa para os eventos internacionais. Outra área contemplada foi a da construção civil, o que atende à necessidade brasileira de aumentar sua infra-estrutura.

Outros acordos foram feitos no sentido de combater o narcotráfico e a corrupção e erradicação da fome. Além desses fatores, EUA e Brasil também acertaram uma política contra desenvolvimento de armas nucleares, o que dignificou um afastamento do pais com o Irã, com quem vinha mantendo uma relação mais próxima.

Na ultima votação da ONU com relação ao Irã, o Brasil foi favorável a uma investigação do Conselho de Direitos Humanos no Irá, e a sanções ao ditador da Líbia. É um traço forte na política de Dilma, a intolerância com governos autoritários. Entretanto, não foi favorável à intervenção militar na Líbia, por julgar que essa ação colocaria em risco a vida de civis líbios. Não houve, pois, acordos econômicos efetivos para diminuição de barreiras à entrada de produtos e pessoas.

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